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Quando surge um conflito, uma guerra entre países, como fazem os países para se prepararem para o confronto?
Se armam, reúnem os recursos para entrar em conflito e atacar o inimigo. Tudo se resume em estratégias de defesas e ataques.
Essa dinâmica bélica por momentos acontece conosco, no enfrentamento de alguma situação problemática, seja algo relacionado ao nosso mundo interior ou as nossas relações interpessoais.

Quando você está diante de um problema, de uma situação que sente como ameaçante, inconsciente você inicia uma posição de ataque, ou simplesmente se arma para se defender.

Quando esse conflito acontece num panorama inter relacional, neste caso você se sente afetado pelo o comportamento de uma outra pessoa, já seja com alguém que você tenha proximidade, um familiar por exemplo, ou até mesmo um colega de trabalho, você vai se armar e se colocar na defensiva diante dessa pessoa. Essa postura hostil também vai influenciar no comportamento e atitudes da outra pessoa para com você, consequentemente ela também pode tender a se armar ou se colocar na defensiva, e então já temos uma dinâmica circular conflituosa.

E quando o que nos incomoda sentimos dentro de nós? Quando o que nos ameaça parece ser parte da nossa essência? Se instaura uma possível confusão e sofrimento. Porque como eu vou lutar e me armar contra a minha própria pessoa?
Os sintomas podem vir em forma de processos de culpabilidades, baixa auto-estima, paralisação, e os mais diversos tipos de patologias, inclusive enfermidades físicas.

E para se aguentar neste mal estar o cérebro busca uma maneira de dar sentido ao conflito e pode chegar até a normalizar uma situação que não é normal. Podemos até ir sobrevivendo fazendo de conta que aquilo não está. Mas está. A baixa consciência do problema faz com que alguns sintomas apareçam para que de alguma forma entendamos que algo não anda bem e temos que fazer algo a respeito.

Os problemas e as dificuldades nos afetam de diferentes formas, e tem as mais diversas causas. Tratar de ver o problema como o problema e a pessoa, como a pessoa é grande máxima da Terapia Narrativa (M. White). Porque quando você entende que o problema que te causa mal estar não é você, você vai se fortalecer para atacar, destruir, enfraquecer o problema e não você. O problema que afeta parte da sua vida, não se refere a sua vida toda.
Entender sua situação desde esta perspectiva traz uma atitude de calma e fortalecimento para lidar melhor com aquilo que te afeta, além de uma autocompaixão tão necessária em alguns processos.

E quando eu acho que o problema está no outro?
A mesma regra vale de o problema é o problema a pessoa é a pessoa.
Como é a pessoa além do problema que lhes afetam? Como ela luta e tenta sair disso? Será que ela é consciente de que pode superar tal dificuldade?

O ampliar de olhar que promove um processo terapêutico nos fortalece no enfrentamento dos problemas que nos afetam, nos dá repertório, promove um melhor entendimento sobre quem somos e de como podemos estar com os outros.

@simonesarviano
Terapia e Reautorias

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